VIÑA ERRAZURIZ (Aconcágua-Panquehue) – Fundada em 1870 por Maximiniano Errazuriz, esta vinícola com vinhedos no Valle del Aconcágua (distrito de Panquehue), cresceu em tecnologia com mão de obra e equipamentos modernos, além de expandir sua área produtiva estimada em 700 ha. Em cerca de 100 anos passou pelas mãos de múltiplos proprietários, tendo sido finalmente adquirida, em 1983 por Alfonso Chadwick que possui sangue da família Errazuriz, além de ter sido um dos melhores jogadores de pólo do mundo. Durante todos esses anos conservou com muito cuidado as instalações além de modernizar convenientemente todo arsenal vinícola. Quem comanda a empresa no momento é Eduardo Chadwick, pertencente a quinta geração da família, tendo trabalhado ao lado do pai desde os 23 anos absorvendo seus conhecimentos até a sua morte em 1993. No ano de 2004 participou em Berlim de um confronto idêntico aquele em que estrelou o vinho americano Stag’s Leap 73 em 1976 vencendo grandes vinhos franceses numa degustação às cegas. Pois seu vinho “top” VIÑEDO CHADWICK 2000 (o mais caro vinho chileno) ficou em primeiro lugar, e, o SEÑA 2001 em segundo, a frente de um Château Lafite Rotthschild 2001 (terceiro) e de um Château Margaux 2001 (quarto). Segue o interessante histórico dos vinhos Seña e Cenit.
CALITERRA – SEÑA e CENIT – Eduardo Chadwick associou-se ao grande produtor californiano Robert Mondavi em 1996 criando a vinícola Caliterra no Vale de Colchágua onde festeja o cultivo, em 288 hectares, de variedades como Merlot, Carmenère, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah. Inicialmente deu origem à produção de sua mais notória estrela como já mencionado, o vinho Seña que conquistou fama internacional com importantes prêmios e vencendo desafios. Em 2004, no entanto, a sociedade foi desfeita ficando a direção somente em mãos de Eduardo Chadwick que a incorporou à Viña Errazuriz. Em 2005, sob o controle enológico de Sergio Cuadra nasceu uma nova estrela com o engarrafamento da primeira safra do vinho Cenit, um corte de Cabernet Sauvignon (60%), Malbec (30%) e Petit Verdot (10%). Para a safra de 2006 as proporções foram de 53%, 27% e 20% respectivamente seguindo mais ou menos a mesma fórmula até 2008 quando houve a inclusão de Carmenère. Segundo o enólogo Cuadra, o cultivo segue de acordo com uma filosofia orgânica e de sustentabilidade perfeitamente adequadas com esses conceitos muito em foco atualmente. Assim o Cenit alçou a posição de vinho “premium” da empresa ao lado de Don Maximiano, Seña e Vinhedo Chadwick, com a vantagem de apresentar um custo bem mais accessível ao redor de duzentos e poucos reais. Cenit (Zenit) significa o ponto mais alto no céu, ou, o ponto superior da esfera celeste, que incide o prolongamento do eixo da rosa dos ventos.
CENIT 2007 – Composição já descrita acima. Alcançou o teor alcoólico de 15%, numa produção de 4.800 garrafas. A região de produção apresenta clima temperado marcado por invernos frios e secos com tardes relativamente quentes amenizadas pela brisa da Cordilheira da Costa e
solo predominantemente argilo-calcário. À colheita manual segue-se uma seleção de cachos seguida de outra mais apurada de grãos. Fermentado em tanques de aço à temperatura de 28º C aí permanecendo por 30 dias. Após fermentação maloláctica segue para amadurecimento em barricas de carvalho (61% francesas e 39% americanas) por 18 meses.
ANÁLISE VISUAL – Coloração rubi típica, impenetrável prometendo grande concentração, além de halo púrpuro.
ANÁLISE OLFATIVA – Irradia frutado copioso confeitado e notas florais adornando o conjunto. Além disso, exibe delicado toque de baunilha com lembranças marcantes de chocolate, couro e tabaco cedidos pela madeira.
ANÁLISE GUSTATIVA – O ataque gustativo é grandioso, revelando taninos delicados, frescor de acidez e maciez e suculência em perfeito equilíbrio onde fica evidente a maciez da Malbec e a solidez mineral da Petit Verdot. O corpo é médio para encorpado e o final muito longo deixando nítido rastro de chocolate e baunilha.
AVALIAÇÃO: 92/100
PREÇO: R$ 245,00 – IMPORTADORA DECANTER – 3073-0500
Saúde!
Daniel Pinto – danipin@uol.com.br