CRAGGY RANGE
É uma vinícola da Nova Zelândia localizada em Hawke’s Bay pertencente a uma figura de histórico singular por ter sido proprietário de empresa de grande porte tendo alcançado o status de bilionário e que acabou sofrendo as penúrias da decadência durante crise financeira mundial. Trata-se de Terry Peabody filho de pais americanos e nascido em Guam de onde teve que sair por conflitos de guerra tendo zarpado para a costa leste dos EUA onde acabou por estudar em Norfolk – Virgínia no Culver Military Academy e posteriormente se graduado na Universidade de Maryland. Em 1993 expressou com a esposa Mary e a filha Mary Jeanne o desejo de mudar de vida visando uma atividade que o apaixonasse e para o qual se dedicaria de corpo e alma. Depois de muitas opções acabou optando pela feliz ideia de se tornar um produtor de vinhos. O passo seguinte foi escolher um local que conseguisse atrair todos os quesitos que poderiam compor o grande sonho. Os caminhos levaram a procurar na América, depois França, Austrália e finalmente encontrou a Nova Zelândia que ofereceu ar puro, muito verde, bom clima e terreno adequado à viticultura. O curioso da história é que a Nova Zelândia é um verdadeiro paraíso para uvas brancas com especial preferência pela Sauvignon Blanc e a tinta Pinot Noir entre outras com poucos nichos específicos para as demais tintas. Pois foi justamente em um deles, aliás o melhor deles que foi escolhido para a empreitada: Hawke’s Bay na Ilha do Norte que além do clima e solo reunia como de resto da Nova Zelândia grande potencial para a indústria do vinho com a juventude e pioneirismo do povo “kiwi”. O passo seguinte foi juntar ao empreendimento alguém expert no assunto e esse foi Steve Smith nomeado pela revista Decanter como uma das 50 pessoas mais influentes no mundo do vinho com vasta bagagem nesse mister, além de ser um diplomado Master of Wine, com experiência na África do Sul e Bordeaux onde militou no Château Margaux com Paul Pontallier.
HAWKE’S BAY
Baia, localizada a leste da Ilha do Norte, perto da cidade de Napier, protegida por um maciço montanhoso. É considerada a “capital do vinho” na Ilha do Norte. Sua vocação está direcionada para as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Chardonnay, etc., graças à diversificação de seu solo e clima, talvez o mais quente do país. Numa topografia acidentada com vasta seleção de tipos de solos diferentes com destaque para o pedregoso bastante permeável que acrescido do clima um pouco mais quente favorece o desenvolvimento das cepas tintas. Depois de grande inundação em 1876 houve mudança do curso do rio Ngaruroro deixando um rastro de cascalho considerado pela maioria como completamente inútil para agricultura, mas não para a viticultura. Não se pode dizer que a região abra mão de cultivar as variedades brancas já que apresenta zonas de micro-clima adequado às mesmas. Produz ótimos tintos de estilo bordalês, ostentando com orgulho o apelido de “Bordeaux da Nova Zelândia”.
GIMBLETT GRAVELS VINEYARD
Nesse mosaico de solos e diferentes microclimas nasceu a vinícola Gimblett Gravels dando espaço para tintas como Merlot (a mais plantada), Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah, Malbec, Petit Verdot, etc que coloriram o vinhedo da propriedade. O solo pedregoso é tão presente que deram origem ao nome da vinícola onde “gravels” se traduz como cascalhos. O vinho de Merlot da safra de 2002 foi considerado por Robert Parker como facilmente confundido com o Château Cheval Blanc.
SOPHIA GIMBLETT GRAVELS 2008
Vinho composto de Merlot (81%), Cabernet Franc (10%), Cabernet Sauvignon (7%) e Malbec (2%), observando estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês sendo 50% novas. Teor alcoólico: 13,5%. Demonstra cabalmente que a Nova Zelândia consegue excelentes produtos com uvas tintas tradicionais além da Pinot Noir e da branca Sauvignon Blanc.
ANÁLISE VISUAL – Cor vermelho-rubi típica apresentando reflexos violáceos, límpido e pouca transparência com lágrimas múltiplas e prequiçosas.
ANÁLISE OLFATIVA – Irradia frutado copioso com características de ameixa preta e geléia de amora. No decorrer da prova nota-se cativantes lampejos florais além de notas herbáceas, minerais e especiarias.
ANÁLISE GUSTATIVA – Muito elegante no palato equilíbrio marcado por boa presença de acidez e taninos resolvidos e macios. Corpo médio para encorpado com potencial para suportar o tempo. A fruta se repete na boca de forma envolvente evoluindo para um final longo denso e muscular.
AVALIAÇÃO: 94/100
PREÇO: R$ 198,00 – IMPORTADORA DECANTER – TELEFONE 3702-2020
Saúde!
Daniel Pinto – danipin@uol.com.br