GALÍCIA – VALDEORRAS
GALÍCIA – É uma das múltiplas macrorregiões espanholas assim como La Rioja, Navarra, Catalunha, etc, que está situada no extremo noroeste do país, diferindo completamente das demais graças a condições peculiares de clima, solo e localização geográfica. Possui íntima proximidade com o Oceano Atlântico e o Mar Cantábrico que lhe conferem certa umidade além do isolamento físico propiciado pela Cordilheira Cantábrica. Com tais condições possui uma vocação vinícola especial estando dividida em cinco DOs oficiais regularmente oficializadas e subordinadas às regras do INDO (Instituto Nacional de Denominación de Origen) criado em 1970. São elas: Rias Baixas, Ribeiro, Valdeorras, Ribeira Sacra e Monterrei.
VALDEORRAS – Originada de colonização romana, pertence à comarca Orense, e está localizada nos limites internos da Galícia, aproveitando os vales dos rios Sil e Xares, sendo uma das menores denominações com seus 1500 hectares de vinhedos.Os romanos plantaram as primeiras videiras na região iniciando a produção de vinhos. As primeiras referências históricas sobre a atividade constam de escritos de Plinio o Velho em sua “Historiae Naturalis” onde inclusive menciona os habitantes naturais como a tribo celta Gigurri de cujo nome parece provir o nome Valdeorras.
Possui clima continental seco e bem quente em razão da distância do oceano e índice de chuvas não muito elevado, mas o suficiente para manter o campo sempre verde. Quanto ao solo é do tipo escuro, rico em matéria orgânica com presença marcante de silício e cálcio, traduzindo grande fertilidade. Está cercada por montanhas com picos elevados como Peña Trevinca (2124m), Manzaneda (1778m) e Montouto (1572m) e, de onde provem rica produção de ardósia colocando a região como mais importante produtora dessa pedra na Europa, além do calcário. Além disso, a região está coberta por rica vegetação de florestas de ilex, carvalho, sobreiro, oliveira, castanheiro, pinheiro, habitadas por diversificada vida animal selvagem. A culinária da região está centrada na utilização de suínos tanto em conservas como defumados e pratos típicos como o famoso “botelo”, que se trata de estômago de porco recheado. Presença marcante da culinária são os cogumelos selvagens que junto das demais delícias galegas são acompanhadas pelo vinho da região produzido principalmente pela cepa Godello que ao que tudo indica foi obtida pelos romanos através de múltiplos cruzamentos. Seu cultivo deve ser muito cuidadoso face à sua baixa resistência ao oidio, míldio e botrytis que somada à sensibilidade excessiva à irradiação solar oferece uma produção de baixos rendimentos. Além dela cultiva outras brancas e a tinta Mencia. Destaque também para a aguardente local aromatizada com ervas servida preferencialmente após as refeições.
VAL DE SIL
A vinícola iniciou as atividades no longínquo ano de 1885 pela família Prada, tradicional da região de Valdeorras. O plantio das primeiras videiras deu-se no alto das encostas do elevado Slatey no vale do rio Sil. Seu autor foi José Ramon Gayoso, antigo viticultor de Portela que elegeu a cepa Godello, ciente de sua grande afinidade pela região já que é nativa do lugar. De início promissor os vinhedos foram se multiplicando em várias parcelas sempre tendo em vista os melhores solos para o plantio. Com o tempo, as necessidades obrigaram a venda de várias delas restando apenas uma que viria a ser a semente de recuperação da empresa que teve início em 2001 pela geração atual da família que pouco a pouco foi adquirindo de volta os vinhedos vendidos pelos antepassados incorporados ao pequeno vinhedo inicial Pedrouzos constituindo-se assim no mais antigo vinhedo de Godello da Espanha (150 anos). Graças a isso a família Prada conta agora com o mesmo acervo do início agora extremamente modernizado, com o patrimônio restaurado e gerenciado por equipe de profissionais de escol.
VAL DE SIL 2009
O vinho é produzido com uvas Godello provenientes do mais antigo vinhedo, plantado nas encostas de xisto de Vilamartin de Valdeorras onde dispõe de condições excepcionais para o perfeito amadurecimento. Fermentado em tanques de aço inoxidável permanecendo em contato com as borras após fermentação por período de cinco meses com “battonage” diária. Teor alcoólico: 14,4 %.
ANÁLISE VISUAL – Apresenta cor amarelo palha com reflexos dourados e brilhantes.
ANÁLISE OLFATIVA – Frutado de grande pureza destacando pera, melão, e, cativantes notas florais enfeitando o conjunto. Participa leve caráter herbáceo e presença de mineral encantando os sentidos.
ANÁLISE GUSTATIVA – Na boca o leque frutado marca presença acompanhada de notável textura cremosa e vibrante acidez, além de destacado mineral acrescentando classe e final lembrado por longo tempo.
AVALIAÇÃO: 90/100
PREÇO: R$ 98,00 – Importado por Península – www.peninsulavinhos.com.br – (11) 3822-3986
Saúde!
Daniel Pinto – danipin@uol.com.br